Outubro Rosa: Dra. Gabriela Martins médica especialista em radiologia mamária fala sobre prevenção e tratamento do câncer de mama

Encontre seu médico aqui
Outubro Rosa: Dra. Gabriela Martins médica especialista em radiologia mamária fala sobre prevenção e tratamento do câncer de mama
0 29 outubro 2018

Por Renan Matheus Gregório

No mês de outubro chamamos a atenção para conscientização e prevenção do câncer de mama, através da campanha Outubro Rosa. O Barralife Medical Center neste mês tão feminino e cheio de esperança realizou uma entrevista com a Dra. Gabriela Martins, médica especialista em radiologia mamária e fundadora da Clínica Imagem Integrada. Em entrevista a doutora quebra o tabu de falar sobre câncer, compartilhando o seu conhecimento conosco, contando histórias, informando e alertando cuidados.

Dra. Gabriela Martins médica especialista em radiologia mamária

O termo câncer ainda assusta bastante as pessoas?
Assusta bastante. As pessoas têm muito medo, inclusive ele faz os pacientes esquecerem os exames anteriores sempre, e muitas vezes esquecem ou adiam os exames.

O que é o câncer de mama?
Todo câncer é uma proliferação anormal de determinado grupo de células. Ocorre uma alteração na genética da célula que começa a se reproduzir de forma anômala que pode atingir outros órgãos.

O câncer de mama afeta aos homens?
Sim, afeta. É raro, só para ter uma ideia dos cânceres em homens ele corresponde a 1%, e dentre todos os cânceres de mama juntando homens e mulheres também corresponde a 1%. Ele é bem mais raro. É importante falar que o câncer de mama masculino está associado ao risco genético, familiar, então uma pessoa que tem na família algum homem que teve câncer de mama ela é uma paciente com risco aumentado. Geneticamente a possibilidade de ter uma alteração é maior.

O câncer de mama masculino se apresenta de forma diferente do feminino?
De modo geral um nódulo palpável. Sempre que o homem palpa um nódulo ou aumenta a mama ele tem que fazer um exame para saber o que é. Tem vezes que ele até pode se manifestar com alguma reação inflamatória que não melhora, aí é preciso avaliar.

Quais os ricos da mulher desenvolver um câncer de mama ao longo de sua vida?
A possibilidade é alta. Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) a estimativa para casos novos nesse ano de 2018 é de 59.700 casos; e de todos os cânceres o câncer de mama corresponde a 28% dos tumores, é um número bem alto.

Quais os sintomas do câncer de mama?
Primeira coisa que acho que tem que pontuar, a gente pode falar de sintomas, mas, o objetivo do diagnóstico é antes dele apresentar os sintomas. Por isso, a gente faz essa campanha para que as mulheres façam a mamografia; em alguns casos que a mama for muito densa ou seja uma mama que tem muita glândula, geralmente isso ocorre em pacientes mais novas é preciso complementar com a ultrassonografia também. Então, assim a gente consegue diagnosticar antes de apresentar sintomas. O quanto antes for realizado o diagnóstico o tratamento fica mais simples, mais barato e mais curto.
Em relação aos sintomas, os sintomas são: nódulo palpável na mama ou na axila, retração da pele, pode apresentar algo que parece como uma inflamação, vermelhidão na pele. A dor é muito rara, normalmente o câncer de mama não dói, geralmente o que dói são alterações hormonais.

Qual a maneira de fazer um diagnóstico mais eficiente?
O mais importante é fazer a mamografia, porque a gente vai ver o câncer antes dele aparecer no autoexame. Consultar o ginecologista todo ano e em alguns casos fazer a ultrassonografia além da mamografia é claro.
O autoexame deve ser feito, principalmente depois da menstruação, quando a mama está menos inchada.

Com o avanço da tecnologia e o acesso a informação os diagnósticos estão ocorrendo com mais antecedência?
Sim, hoje em dia a gente faz diagnostico mais precoce. Mas infelizmente existem dois cenários… o cenário precoce da clínica particular, do plano de saúde e o diagnóstico do sistema público de saúde que tende a ser de tumores maiores, porque realmente a estrutura ainda não está adequada para atender todo mundo. Mas a gente diagnostica cânceres menores sim hoje em dia. Só que de um modo geral está havendo um aumento da incidência da doença.

O câncer de mama tem prevenção?
Sim, que é a do câncer em geral. Qualidade de vida, boa alimentação, evitar ter a glicose alta, estar acima do peso é um fator de risco grande para o câncer de mama. Fazer exercícios é importante. O estresse está muito presente, é difícil a gente controlar nessa vida que levamos. Comer bem, ser feliz, dormir bem e beber muito líquido, são as melhores formas de prevenção.

Existe cura?
Sim, existe cura. Se você pega um nódulo menor que 1cm a chance de cura é muito alta. Hoje o câncer de mama não é um câncer de mama, são vários, uns mais agressivos e outros que são menos. Hoje se estuda a genética do tumor e faz o tratamento baseado nessa genética.

As pessoas que estão com câncer de mama costumam precisar de acompanhamento psicológico?
Sim, as clinicas oferecem. Sempre existe medo do desconhecido e geralmente quando você consegue explicar tudo para mulher, tirar todas as dúvidas, deixar ela mais tranquila, isso já ajuda muito. O psicológico é fundamental para a cura, para ela levar o tratamento bem e ficar bem.

Quais são os efeitos colaterais do tratamento?
Eu sempre falo o seguinte… quando eu vejo uma paciente que vai precisar fazer cirurgia, quimioterapia, ela vai ficar mais ou menos seis meses em função do tratamento. É um período que realmente ela vai ter que mudar a vida dela e viver de forma uma diferente. Sem dúvida um período difícil, mas vai ficar para trás… e fica mesmo. Tenho pacientes com 15, 20 anos de operada com a vida feliz, sabe! E o mais legal, tenho pacientes que tiveram o câncer de mama e chegam pra mim e falam assim “o câncer me salvou, eu estava indo por um caminho errado e ele me fez olhar a vida de outra forma. Hoje minha vida é muito melhor”, não tem nada mais alegre, que me alimente mais como médica que ouvir relato desses. Criou um castelo com uma pedra que apareceu no seu caminho.

A prótese de silicone dificulta o diagnóstico?
A prótese na mamografia dificulta um pouco, mas nada que você não consiga resolver fazendo uma ultrassonografia. Eventualmente o paciente que coloca uma prótese pode precisar fazer também uma ressonância magnética. Outra coisa importante é saber que um dia ela pode precisar trocar ou não o implante, ou seja, tem que ter mais disponibilidade para cuidar da mama. A maior dificuldade da prótese é que eventualmente se a paciente precisar biopsiar um nódulo muito próximo da prótese, pode ser necessário fazer uma biópsia cirúrgica ao invés da biópsia percutânea. Mas isso é raro.

Qual a importância do Outubro Rosa?
Conscientização, um meio de comunicação para alcançar as pessoas e principalmente tirar o medo de quem tem e está precisando procurar um médico… eu sempre reparo que em outubro é um mês que a gente trabalha mais e pega muita paciente que está a dois anos sem fazer exames… três anos… essa foi resgatada pelo outubro rosa, e, mesmo aquela que já está com nódulo, ela já sente que aquilo é um câncer… Está aumentando… Mas ela pega aquele gancho e vem com família.

A Doutora quer deixar alguma mensagem?
Não ter medo. Se tem alguma coisa, devemos enfrentar, ser fortes, e dar exemplo para as pessoas que amamos, para nossos filhos… Esperamos que eles superem… E  enfrentem as dificuldades… precisamos dar o exemplo sempre. Quanto mais rápido o diagnóstico, mais rápido será o tratamento, menos agressivo e maior a chance de cura.

Esta entrevista faz parte da campanha Outubro Rosa Barralife Medical Center 2018.
O Barralife Medical Center faz um convite: vamos deixar o mundo mais rosa hoje?

Posted in Dicas de saúde by Barralife

Comentários